Estatísticas do conhecimento de todos apontam São Paulo, como a região, onde se situa a maior quantidade de Lojas Maçônicas e de Maçons do Brasil.
Mercê destas circunstâncias, é que tenho conversado com o maçonólogo Raimundo Rodrigues que exerce o magistério maçônico naquela Unidade da Federação, a respeito das possíveis dificuldades que a Ordem porventura venha tendo naquele Estado.
O professor R. Rodrigues que já presenteou os maçons brasileiros com excelentes compêndios, em especial, nos campos da Filosofia e da História da Ordem, com o mais alto grau de credibilidade, é claríssimo em suas respostas.
Para o sábio mestre Rodrigues, os principais problemas de lá são os mesmos de toda a maçonaria brasileira: deserção e baixa frequência.
Ele entende que o iniciado abandona a Arte Real, porque teria sido atingido por três males que, para simplificar, os identifico como: dois de nascimento e um de crescimento.
De nascimento: o mal escolhido (o candidato foi indicado por ser amigo do proponente e não por ter vocação; segue-se uma sindicância imperfeita); e o mal iniciado (cerimônia com passagens bisonhas; gracejos; visita a lugares estranhos).
De crescimento: o mal instruído (pobreza didática do instrutor; falta de leitura dos clássicos maçônicos; acesso a invencionices e achismos).
Este último item (precariedade de instrução) se agrava com a pressa na concessão de “aumento de salário”. Ensinar, diz o respeitável mestre Rodrigues, “é transmitir conhecimento”. E as sessões de aprendiz e companheiro são de instruções. Dispensar interstício é, assim, por demais prejudicial à formação do iniciado maçom.
Desejamos ainda acrescentar, em relação à frequência, que ela tem uma forte vertente: as motivações. O maçom deve ir à Loja por amor e não por obrigação. O Venerável tem que ser um líder, que entusiasma seus obreiros.
Ademais a Loja tem que ter projetos (metas e meios) que não só tenham a ver com a formação de seus quadros, mas também refiram-se à sua ação filantrópica, em cuja execução todos se envolvam.
A monotonia é cansativa e estressante. Mas a reinvenção é animadora e cativante. A maçonaria não é o ócio. É o fascínio da lapidação do principal produto do Criador – o homem, tornando-o um “construtor social”.
A recomendação das sagradas escrituras é de que, em cada dia, precisamos renascer. Pois a vida é ação. É trabalho. Quem se entranhou de maçonaria sabe o quanto ela é superior dentre todas as organizações humanas.
Lutar pela permanência dos irmãos, frequentes e em atividade, no seio da Fraternidade, é uma missão relevante do maçom. Deixar de fazê-lo, alerta o ritual do 1º grau, é “mais do que uma infidelidade. É um perjúrio”.
Trabalho apresentado pelo Irm. Antônio do Carmo Ferreira, durante o 3º Encontro Regional da COMAB (Aprovado e encaminhado para publicação).
Contribuição do Irm. Valter Martins Toledo, Or. de Curitiba/PR.