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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A Tolerância




“Que é a tolerância?
É o apanágio da humanidade. Estamos todos empedernidos de debilidades e erros; perdoemo-nos reciprocamente nossas tolices, é a primeira lei da natureza”.


1. Considerações Prévias

O presente texto discorre, sem pretensões, algumas reflexões acerca da importância inexcedível contida na virtude da tolerância no processo de aceitação e compreensão das diferenças.

É certo que ela traduz o antídoto necessário contra todas as ações e posturas eivadas de intransigências e obliteradoras da livre manifestação do pensamento. Neste contexto, a Maçonaria se mostra como intransigente defensora e cultora dos sábios princípios desta importante virtude de tão difícil exercício, considerando ser a natureza humana suscetível ao poder avassalador do hiperdimensionamento do ego e do ranço dogmático de presumidas verdades. A observação à tolerância constitui, pois, exigência fundamental para a prática maçônica.

2. Tolerância – Etimologia e Conceito

Inicialmente, é oportuno tecer genericamente alguns dados sobre a origem do significado da palavra “tolerância”. Conforme preleciona o filósofo Diogo Pires Aurélio em sua obra “Um Fio de Nada – Ensaio sobre a Tolerância”, há uma ambivalência no conceito de tolerância a partir da etimologia da palavra. Assim, a palavra tolerare significa, em princípio, “sofrer, suportar pacientemente”. Mas também tem a acepção de “sustentar”, no sentido de “alimentar alguém”. De uma forma mais explícita, o radical tol-, comum a tolerare e a tollere, denota a ação de erguer, elevar. Afirma Claude Sahel (A Tolerância, p. 12) que a palavra “tolerância” se vincula à raiz indo-européia tol, tel, tla, de que derivaram tollere e tolerare. Tollere significa “levantar”, às vezes, “destruir”; tolerare significa “levar, suportar”, às vezes, “combater”.

Assim, a idéia de guerra e de esforço subjaz à noção de tolerância... O dicionário de Cândido de Figueiredo (1899) registra a versão tradicional de “indulgência” e de “consentir tacitamente”, acrescentando inclusive como inovação a palavra “tolerantismo”, para significar a tolerância por parte do Estado a todas as manifestações religiosas. Na definição do mestre Laudelino Freire, em seu Dicionário da Língua Portuguesa (1939), além do sentido de condescendência e indulgência, há a referente a “boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opostas às suas”.

É de se observar que a identificação da tolerância com a noção de liberdade religiosa e pensamento passou a prevalecer a partir de determinado momento nos diversos léxicos. No dicionário do Aurélio (1983), é definida como “tendência a admitir modos de pensar, de agir e de sentir que diferem dos de um indivíduo ou de grupos determinados, políticos ou religiosos”. Contudo, o que de mais relevante se destaca é a definição de caráter científico para a compreensão contemporânea do conceito de tolerância ao acrescentar ser a “diferença máxima admitida entre um valor especificado e o obtido; margem especificada como admissível para o erro em uma medida ou para discrepância em relação a um padrão”. Entende-se, pois, que a existência de um padrão suscita condições para a existência da margem de tolerância, bem como do intolerável.

Historicamente, vários foram os significados dados à palavra “tolerância”, que teve seu sentido identificado com a caridade, igualdade e afirmação da liberdade de crenças e de costumes do outro. O conceito que se afirma como o mais preponderante está relacionado a uma certa predisposição adquirida para acolher o diferente. Este ato implica necessariamente na manifestação por uma simples receptividade e eventual intenção para o diálogo. Vale destacar a especificidade da tolerância como virtude e como ideal da vida em comum.

3.A Tolerância como Virtude Essencial da Atitude Maçônica

Voltaire define no Dicionário Filosófico o termo “tolerância” da seguinte forma: “É o apanágio da humanidade. Estamos todos empedernidos de debilidades e erros; perdoemo-nos reciprocamente nossas tolices, é a primeira lei da natureza.” (p. 289). A tolerância de que fala o filósofo francês visa a supressão da violência, tendo sido instaurada como lei prévia ao contrato, razão pela qual se considera um “apanágio da humanidade”. Não se trata apenas de uma estratégia em ordem à pacificação, trata-se de um elemento constitutivo da verdadeira natureza humana, a qual se entende agora como uma estrutura de valores universais e trans-históricos cujo cerne reside na liberdade. Negar a alguém o direito de pensar livremente e de agir em conformidade com os seus próprios critérios seria, a partir desta perspectiva, recusar-lhe a autenticidade de sua natureza e a integração no seio da humanidade a que, como pessoa livre, tem direito.

O sentido de humanidade, igualdade de oportunidades e livre pensar subjazem na idéia de tolerância. Sábias são as palavras de Voltaire ao afirmar em sua obra “Tratado sobre a Tolerância”: “Não é preciso uma grande arte, uma eloqüência menos rebuscada, para provar que os cristãos devem tolerar-se uns aos outros. Vou mais longe: afirmo que é preciso considerar todos os homens como nossos irmãos. O quê? O turco, meu irmão? O chinês? O judeu? O siamês? Sim, certamente; porventura não somos filhos do mesmo Pai, criaturas do mesmo Deus?” (Tratado, p. 125). Na atualidade, a palavra “tolerante” impõe-se na linguagem corrente e na filosofia, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao sectarismo, ao autoritarismo, em suma: à intolerância.

No plano maçônico, temos que a meta para combater e eliminar a mãe de todos os vícios tem como premissa o culto aos sábios princípios da Tolerância, do Amor Fraternal e do Respeito a si mesmo. A Tolerância constitui uma das mais importantes virtudes para a Maçonaria, pois possibilita a convivência dentro das Lojas e de Irmãos de todas as tendências de pensamento e credos, fazendo com que se acatem com suficiente humildade as diferenças e desníveis inerentes ao padrão de individuação de que somos possuidores. Desta forma, faz-se necessário compreender a virtude da tolerância como imperativo essencial ao pleno exercício da atividade maçônica, por ser esse o caminho factível para suplantar os óbices e alcançar em sua dimensão plena a solidariedade e o espírito fraterno. A negação a atitudes intolerantes conduz necessariamente ao reconhecimento e à compreensão dos valores espirituais alheios, divergentes e até adversos.

Devemos observar que a Maçonaria entende a exis-tência nas tensões e contrariedades que permeiam o cotidiano da vida humana. Conseqüentemente, pelo respeito à vida e ao G.·. A.·. D.·. U.·. é mister não medir esforços objetivando sobrepor de forma eficiente e harmoniosa essas contraposições. Com isso, combate-remos a atitude intolerante, fator que origina o processo de desagregação em Loja. Por sermos humanos, e sendo a natureza humana contraditória e imperfeita, por vezes podemos ser tomados de comportamentos egoístas ou sermos atraídos pela chama da fogueira das vaidades. Ao Maçom, por ser Maçom, é dever por princípio estar atento e combater com veemência estas distorções da personalidade com constância e serenidade.

Contudo, convém esclarecer que a tolerância não implica em compactuar ou transigir com o erro; não é permitir a violação do direito ou ruptura da ordem jurídica ou mesmo atitudes de conspurcação moral. Se tal acontecesse, ficaria evidenciado uma clara conduta de conivência inaceitável e transgressora dos princípios maçônicos estabelecidos. Enfatiza Nicola Aslan que a tolerância indiscriminada implica em complacência covarde. Questiona então: “Como se pode admitir um representante da lei tolerante com os transgressores da lei? Como se pode admitir um deus tolerante com a injustiça, a imoralidade, a perversidade? Confundir a indulgência relativamente a pequenos defeitos, a condescendência para com algumas imperfeições, a benevolência para com certas faltas, com a compactuação ou cumplicidade com os crimes praticados, é levar a Tolerância longe demais. Tolerância é benevolente, mas não covarde”. (p. 1.147).

O verdadeiro Maçom deve combater com firmeza atos ou crenças que possam conduzir a humanidade ao abismo da barbárie, do fanatismo fundamentalista e/ou totalitarismos destruidores dos mais expressivos e preciosos valores universais inerentes às garantias e direitos fundamentais do homem e do Estado de Direito. Vale acrescentar que o critério do que seja justo, é inerente à idéia de Tolerância, se excogitarmos que essa virtude possui algo de comiseração, por não se deixar conduzir por juízos precipitados. Didáticas são as palavras de um brilhante sociólogo ao colocar que um dos problemas mais difíceis de solucionar diz respeito ao “dogmatismo, a presunção de quem acha que tem o monopólio da moral, ou a falta de generosidade daquele que é intelectualmente superior e disso se aproveita para acachapar o outro”.

Está implícita na tolerância a possibilidade de poder redirecionar os faltosos ou culpados a não incorrerem no mesmo erro, haja vista os que a possuem, terem o sentido de clemência e da paciência capazes de demover os possuidores da soberba e da iniqüidade. Como bem assevera Ferdinand Roussel “a Tolerância que devemos aos nossos semelhantes não é uma condescendência, mas dilação indulgentemente concedida àqueles que não pensam como nós, para que se corrijam. É um dever estrito e uma necessidade. A Tolerância está mal designada, é simpatia que é preciso dizer; é abertura dos olhos da consciência; é reconhecimento do valor que pertence à pessoa do outro, precisamente naquilo que ela difere da nossa; é finalmente comunhão das consciências no esforço para realizar um ideal que ultrapassa o poder de um só e que reclama o maior número possível de obreiros”.

Conclusivamente, podemos deixar claro que a tolerância constitui uma dádiva preciosa e frágil, que deve ser cultuada para que se solidifique a noção de Fraternidade entre nós. Para isso, devemos tomar como verdadeira tolerância a que tem por significado, conforme Aslan: “Sinceridade no pensamento. Compreensão no estudo dos fatos. Generosidade no cumprimento da ação. Jamais, porém cegamente” (Comentários, p. 280). Ou como perspicazmente coloca André Comte-Sponville: “a simplicidade é a virtude dos sábios e a sabedoria dos santos, assim a tolerância é sabedoria e virtude para aqueles que – todos nós – não são nem uma coisa nem outra. Pequena virtude, mas necessária. Pequena sabedoria, mas acessível” (Pequeno Tratado, p. 189). Inegavelmente é na relação de compromisso solidário, fraterno e desinteressado exercida na vivência de cada dia que iremos demonstrar se assimilamos e colocamos em prática o tão precioso fundamento da ARTE REAL.


Ir.·.Sérgio Viana da Silva
Or.·.de São Paulo – SP

Conselho Federal do GOB realiza primeira Sessão do ano de 2010


Aconteceu na tarde de sexta-feira, 05 de fevereiro de 2010, a primeira reunião do Conselho Federal do Grande Oriente do Brasil do ano de 2010. A Reunião foi presidida pelo Sapientíssimo Irmão Cláudio Roque Buono Ferreira e contou com a honrosa presença do Soberano Irmão Marcos José da Silva, de 23 (vinte e três) Ilustres Conselheiros e visitantes.



Na abertura dos trabalhos o Presidente do Conselho Federal deu boas-vindas aos presentes e solicitou ao Decano do Conselho, Poderoso Irmão Derval Costa, que evocasse uma prece ao Grande Arquiteto do Universo.

O Soberano Irmão Marcos José da Silva falou aos presentes acerca de vários assuntos de interesse do Grande Oriente do Brasil, tais como: (tratados, rituais, Palácio do Lavradio), e ao final agradeceu o apoio do Conselho Federal e desejou a todos um ano profícuo e de muitas realizações.


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O Conselho Federal, nesta sessão, analisou e aprovou 16 (dezesseis) processos sendo 14 (quatorze) de alteração e revisão de estatutos e dois balanços do GOB dos meses de novembro e dezembro de 2009.

Os Conselheiros Federais fizeram uma homenagem ao Sapientíssimo Irmão Cláudio Roque pelo transcurso de seu aniversário, ocorrido no dia 03 de fevereiro passado, cantando a música “Parabéns para Você”.

No encerramento da Sessão o Sapientíssimo Ir:. Cláudio Roque Buono Ferreira agradeceu a presença de todos, desejou a cada um dos presentes um FELIZ RETORNO AOS SEUS LARES COM AS BENÇÃOS DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, extensivos a seus familiares e lembrou que a próxima reunião do Conselho Federal será no dia 09 de ABRIL de 2010, sexta-feira, às 15 horas.

(A:JA/R:JA)
Fonte: Assessoria de Comunicação 
         Gr:. Sec:. de Comunicação e Informática
            www.gob.org.br

Minuto Maçônico

A RÉGUA DE 24 POLEGADAS

1º - Emblema considerado na Maçonaria como a imagem das vinte e quatro horas do dia. 
2º - Entre os Maçons operativos, a Régua, dividida em 24 partes de uma polegada cada uma, era utilizada para tomar as dimensões da pedra que devia ser preparada. 
3º - Na Maçonaria Especulativa foi ela considerada como uma das ferramentas do Aprendiz Maçom, sendo as suas divisões vistas como representando as horas. 
4º - A Régua de 24 polegadas, pois, marca o Aprendiz, a judiciosa distribuição do tempo, representando também ele o emblema do aperfeiçoamento e da retidão. 
5º - Simboliza, para todos os maçons, a precisão na execução, a obrigação, a pontualidade e a exatidão.


Lembre-se,

MAÇONARIA ALEGRE E CRIATIVA DEPENDE DE VOCÊ

(saber - querer - ousar - calar)

Rui Tinoco de Figueiredo - MM
ARLS 8 DE DEZEMBRO - 2285
GOSP/GOB Guarulhos - S.Paulo


Fonte: www.cavaleirosdaluz18.com.br