O conceito de Idade Média está, pois, eivado de erro. Não se trata de maneira nenhuma de uma época de transição, ainda incerta quanto aos seus fins e meios, mas de um desses momentos originais da história, em que a sociedade adquiriu uma profunda compreensão de si mesma e do seu destino, em que se efetuou uma obra inigualada – talvez inigualável –, e em que a humanidade conheceu uma unidade e um equilíbrio excepcionais. É impossível renunciar ao termo usual, demasiado usual, de “Idade Média”, mas convém utilizá-lo pensando na grandeza das realizações que abrange.
Tenho observado que os maçons quando falam da gênese maçônica a partir da guildas dos construtores medievais – os operativos –, fazem-no com reverência, o que é louvável. Entretanto, esses mesmos maçons quando falam da Idade Média fazem-no com desprezo, imitando o senso comum da massa ignara. Isso não seria um paradoxo? Poderia existir dois mundos num mesmo período da história? O mundo dos maçons, belo e perfeito e o mundo dos profanos, ignaro e inexpressível?
Pense nisso antes de falar com desprezo de uma Idade que foi a Idade de Ouro da humanidade Ocidental, a grande época “da Catedral e da Cruzada” (1050-1350).
Curitiba - Paraná
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