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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ritual Emulação (Pseudo Rito de York) - Breve Discussão


Erroneamente no Brasil tem-se utilizado o termo "Rito de York" para se dirigir ao "Rito Inglês" [sic], ou aos Trabalhos de Emulação (Emulation Working). Para se entender onde o erro ou equívoco se operou, precisamos voltar um pouco ao passado, precisamente em 1976 quando a "Campos Salles Lodge", por um Irmão agindo nas melhores das intenções, atualizou o ritual concebido (traduzido) em 1920 pelo Irmão Joseph Thomaz Wilson Sadler (Loja Unity, São Paulo), o qual foi denominado "CERIMÔNIAS EXACTAS DA ARTE MAÇÔNICA".

O referido Irmão, da "Campos Salles Lodge" assim denominou a sua atualização: "RITO DE YORK". E logo abaixo fez a inserção de "CERIMÔNIAS EXATAS (EMULAÇÃO) APRENDIZ, COMPANHEIRO E MESTRE". No Grande Oriente do Brasil, a nomenclatura "Rito de York" começou a ser utilizada através de um tratado com a Grande Loja Unida de Inglaterra - UGLE, onde, em 1912, esta nomenclatura foi consolidada, ao admitir, no texto em português do referido tratado, o nome "Grande Capítulo do Rito de York". Para se ter uma idéia do equívoco cometido no texto em português, no texto em inglês, do referido tratado, usou-se a expressão "Grand Conseil of Craft Masonry in Brazil" (Grande Conselho da Maçonaria Simbólica no Brasil). Ou seja, nada a ver uma coisa com a outra, então, não há falar que a Inglaterra autorizou a nomenclatura "Rito de York", pois no texto em inglês nenhuma referência a isso foi feita.

No Brasil, o "Rito de York", ou seja, o "Rito Americano", era praticado por algumas Lojas fundadas por norte-americanos, que aqui se refugiaram. Dentre elas podemos citar as Lojas Vésper (Rio de Janeiro), Washington (Santa Bárbara do Oeste) e Lessing (Santa Cruz do Sul), as quais mais tarde seriam incorporadas ao Grande Oriente do Brasil. Porquanto, "Emulação" (Emulation), pode ser entendido em várias acepções, no entanto, maçonicamente, a mais correta seria no sentido de "IGUALAR" ou "IMITAR", sem contudo, referenciar "invejar".

Nos primórdios da prática dos Trabalhos de Emulação, nada era escrito − não existiam rituais escritos, os quais, inclusive, eram terminantemente proibidos. As sessões eram tão somente faladas e conduzidas pelos Mestres, onde os Aprendizes e Companheiros, eram incentivados a emular (igualar ou imitar) o estilo de seu Mestre, buscando a perfeição.

Em vista ao exposto, tem-se em mente a questão de como ficaria a denominação do que hoje chamamos de "Rito de York" em referência ao Ritual Inglês, se um dia, num futuro próximo, mediano ou longínquo, o Grande Oriente do Brasil contemplar como regular o verdadeiro "Rito de York" e oriundo dos Estados Unidos da América? Mudar-se-ia a nomenclatura do novo rito? Seria chamado de "Rito de York 2"? Ou seria mais fácil desde já o ajustamento da nomenclatura do Ritual Inglês hoje praticado no Brasil?

Fica aí a questão para reflexão.


Ir. Fábio Mendes Paulino (12/11/2008)

Fonte: www.ritualemulacao.com


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