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segunda-feira, 1 de março de 2010

Ex-assessor financeiro do "Grande Oriente de Mato Grosso" rompe o silêncio e defende Maçonaria



Há 20 anos na “irmandade Maçônica”, atualmente, ocupa o cargo de Grande-Secretário de Cultura, Ritualística e Liturgia do Grande Oriente, e ex-assessor financeiro do “Grande Oriente do Estado de Mato Grosso”, Odair Bussiquia, afirmou a reportagem do VG Notícias, que a Maçonaria “não tem absolutamente nada com o problema do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT)”.


Segundo ele, quem arcou com os prejuízos gerados pelos diretores do Sicoob Pantanal, na época, foram os próprios maçons, por meio de empréstimos. Ele disse que mais de 20 maçons, entre eles, o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), o senador Jaime Campos (DEM) o ex-governador Rogério Sales (PSDB), Marcos Vinicíus Lopes Prioli, o desembargador José Ferreira Leite, Antônio Horácio da Silva Neto, Irênio Lima Fernandes, Marco Aurélio dos Reis Ferreira, Marcelo Souza de Barros e o próprio Bussiquia contribuíram com valores que variam de R$ 10, R$ 30, R$ 50 e até de R$ 100 mil para ressarcir aqueles que aplicaram o dinheiro na Cooperativa em confiança ao grão-mestre desembargador José Ferreira Leite.


Bussiquia decidiu quebrar o silêncio por considerar injusto, a Maçonaria ser envolvida num embate que é pelo poder no Tribunal de Justiça, que ele intitula de “briga de egos”, e não por maçons. Ele disse ainda, que colocaram “duas instituições” na vala comum e “seja qual for o resultado, todos irão perder”.


Ele disse que houve pagamento de passivos trabalhistas para mais de 100 magistrados e que segundo consta, era devido, “e não sei de onde eles tiraram que seria para repassar a Maçonaria. Tem uma relação de mais de 100 magistrados que receberam esses passivos, e nem todos são maçons, inclusive o ex-corregedor recebeu mais dos que os outros. Mas isso não cabe a nós, não queremos entrar neste mérito. Isso é problema do Tribunal e não da Maçonaria. Estão tentando jogar no tacho duas grandes instituições e estão confundindo as coisas. Quando recebo algum recurso, cai na minha conta, eu faço o que eu quiser. Se foram pagos mais de 15 milhões, e as pessoas colocaram na Maçonaria pouco mais de R$ 400 mil e como explica isso”, questionou.


Ele contou que a Cooperativa de Crédito foi criada com intuito de ajudar a “irmandade maçônica” e que após um estudo realizado por uma comissão de maçons - chegou à conclusão, que uma Cooperativa poderia contribuir para que fizessem investimentos e tomassem empréstimos a juros menores que o mercado oferecia.


Procuraram a diretoria do Sicoob Central e foram orientados a criarem uma estrutura provisória dentro do Sicoob Pantanal - até que o Banco Central analisasse e autorizasse a abertura da própria Cooperativa. “Foi o que fizemos, inclusive cedemos um espaço a eles na rua 13 de Junho e o acordo é que quando o Banco Central autorizássemos, nós ficaríamos com os passivos e tudo que tínhamos direito”.


Segundo ele, tiveram a garantia do Sicoob Central - que o Sicoob Pantanal havia passado, na época, por uma auditoria e que estava tudo corretamente. “Fomos pego de surpresa com a notícia de intervenção do Banco Central no Sicoob Pantanal, por ter sido fraudado os balanços, ou seja, fabricaram um falso balanço como se tudo estivesse correto”, contou.


De acordo com Odair, o Banco Central ainda tentou dar uma nova oportunidade ao Sicoob Pantanal - propondo uma nova eleição – “no entanto do dia para noite, aquela diretoria fez saques altíssimos em dinheiro, e não teve outro jeito, o Banco Central fechou o Sicoob Pantanal, ai que os maçons se uniram, não para salvar a Cooperativa, mas para não deixar a Maçonaria perder a credibilidade e os irmãos que investiram serem lesados”.


Envolvimento Tribunal de Justiça: Indagado como o Tribunal de Justiça foi envolvido no caso, Odair disse que logo após o fechamento do Sicoob Pantanal, numa noite, reuniram a cúpula da Maçonaria e “o irmão José Ferreira disse que não tínhamos o direito de causar prejuízo aquelas pessoas que investiram, e que confiaram em nós. Que os irmãos deveriam arcar com a responsabilidade, e que todos que ali estavam eram co-responsáveis. E argumentou que o prejuízo poderia trazer outras complicações e até falta de credibilidade para instituição, que para nós seria o maior prejuízo, o patrimônio moral estava em jogo”, explicou.


Na ocasião, disse Odair, todos foram unânimes em apoiar o grão-mestre. “Fizemos um pacto que cada um de nós contribuiria com certa quantia para levantar o valor equivalente a R$ 1,150 milhão. Mas no final, alguns irmãos não tiveram como contribuir e ficou faltando cerca de R$ 300 a 400 mil. Foi quando pactuamos que cada um teria que buscar pessoas mesmo fora da irmandade para emprestar a diferença que faltava. E assim foi feito. Conseguimos algumas pessoas que emprestaram com juros mais acessíveis e o Grande Oriente de Mato Grosso se encarregaria de devolver os recursos, assim que fossem liquidados todos os compromissos, como tem sido feito até hoje”.


Odair Bussiquia disse que na época, a pedido do Sicoob Central, o Credijud, Cooperativa do Judiciário, abriu uma linha de crédito especial, aqueles que quisessem emprestar dinheiro a juros menores – para socorrer a Cooperativa. Ele assegurou que todo empréstimo está sendo devolvido corrigido e foram parcelados em até 48 vezes. “Até hoje a sociedade maçônica se une para pagar as pessoas que não são maçons”.


O ex-assessor financeiro diz ainda, que ninguém emprestou o dinheiro forçado, e que nem todos os denunciados ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) são maçons. “Não podem colocar uma instituição milenar numa vala comum e dizer que são corruptos, da forma que vem sendo divulgado pela imprensa, parece que todos que receberam os créditos compensatórios do Tribunal são maçons, não é verdade. E aqueles que emprestaram, fizeram de livre espontânea vontade. 


Todos os trâmites desde a primeira reunião realizada para a implantação da Cooperativa estão documentados - e a disposição para quem quiser ver, está tudo contabilizado de forma muito clara e transparente. A Maçonaria não fez nada irregular ou escondido”, finalizou Odair Bussiquia. 


Fonte: Varzea Grande Notícias


Contribuição do Irm. Valter Martins Toledo, Or. de Coritiba/PR.

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